O Hospital Conde de S. Bento que, até 1984, também funcionara como local de asilo para idosos, além de dar a assistência médica, própria de um equipamento de saúde, também acolhia os idosos mais carenciados do Concelho de Santo Tirso.
Dado às precárias condições da altura, era habitual ver os utentes entregues ao isolamento natural, nomeadamente os acolhidos, quando acamados.
Embora houvesse um acompanhamento elementar, na instituição carecia de uma estrutura compassiva que consagrasse um pouco de companhia humana, de forma a minimizar a dor da solidão sentida pelos utentes do hospital/asilo.
No seu princípio, como profissional de saúde, no Hospital Conde de S. Bento, o Enf.º José Luis Martins, consagrava algum do seu tempo livre para acompanhar os mais necessitados. Fossem eles internados ou acolhidos, ele não os desassociava da necessidade de acompanhamento.
Esta era outra acção que o Enf.º José Luis Martins sentia que podia oferecer aos utentes da instituição e que a Liga deveria adoptar.
Pelo sucesso obtido noutras ligas, nomeadamente na do Hospital de Santo António (geradora da L.A.H.S.T. que o Enf.º José Luis Martins tão bem conhecia), era necessário dotar a Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso de uma estrutura parecida.
Com a experiência, adquirida ao longo dos anos, na área da saúde, o Enf.º José Luis Martins, sabia que um doente, quando “cai” numa cama do hospital, sente-se “esquecido” e “abandonado”. Por isso, para atenuar essa dor, a Liga precisava de criar, no seu interior, uma organização que ajudasse a ultrapassar essa angústia.
Atento às carências e às necessidades do doente e/ou acolhido, particularmente dos acamados, o Enf.º José Luis Martins desenvolveu uma acção de mobilização na sociedade tirsense para que esta ingressasse no Corpo de Voluntariado da Liga e dar continuidade ao que ele iniciara.
Com essa mobilização, consegui o Enf.º José Luis Martins, em Outubro de 1986, formar, oficialmente, o Corpo de Voluntariado da Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso.